No final de agosto, a fábrica automóvel da Volkswagen em Palmela, conhecida como Autoeuropa, anunciou que teria que interromper a produção do modelo T-Roc, que atualmente é o mais vendido da marca na Europa.
Essa interrupção na produção se deve à escassez de uma peça fundamental para a fabricação dos motores, fornecida pela empresa eslovena KLS Ljubno. A KLS Ljubno foi gravemente afetada pelas inundações que ocorreram no início de agosto na Eslovênia. Esta empresa é responsável pela produção de engrenagens de anel e abastece cerca de 80% do mercado automobilístico europeu.
O Grupo Volkswagen está enfrentando consequências significativas devido à paralisação das operações da KLS Ljubno. Além da suspensão da produção do T-Roc na Autoeuropa, a produção do furgão T6.1 em Hanover também será suspensa, e a produção do T7 Multivan será reduzida, especialmente na versão híbrida plug-in.
Nas fábricas de Wolfsburgo, onde são produzidos os modelos Golf e Tiguan, os funcionários terão seus horários reduzidos nas próximas semanas. Enquanto isso, em Emden, alguns turnos serão cancelados.
A suspensão da produção do Volkswagen T-Roc está programada para começar em 11 de setembro e se estenderá por nove semanas, com a previsão de retomada da produção em 12 de novembro. A KLS Ljubno expressou a expectativa de reiniciar sua produção em outubro.
A Volkswagen Autoeuropa está trabalhando em conjunto com as equipes de compras, aprovisionamento e logística do Grupo Volkswagen para monitorar a evolução da situação e buscar alternativas que possam reduzir o período de interrupção da produção. O governo português também está buscando soluções junto aos fornecedores locais.
Devido à duração anormalmente longa da interrupção da produção, a Autoeuropa recorrerá ao regime de lay-off. A administração da empresa negociou os termos desse regime com a comissão dos trabalhadores durante dois dias, chegando a um acordo em 5 de setembro. De acordo com o comunicado da administração, os trabalhadores receberão um complemento de 80% de sua remuneração base, incluindo o subsídio de turno. Além disso, haverá uma compensação de 15% resultante da flexibilidade de downdays, equivalente a seis downdays no total, com aplicação individual proporcional durante o período de lay-off.
Rodrigo Nogueira, coordenador da comissão de trabalhadores, confirmou que os trabalhadores temporários terão a garantia de retornar quando a produção voltar à normalidade.